Crônicas, contos e narrativas do passado, de gente que vive na ilha do Pico, ou estão espalhadas pelo mundo e tem muitas estórias para contar. Mande seu conto.

sábado, 3 de abril de 2010

GENTE QUE FAZ A HISTÓRIA - Padre António Francisco Rodrigues


Autor: Francisco Medeiros
O Padre António Francisco Rodrigues foi Vigário Cooperador da Ouvidoria de São Roque na década de 60 do século passado.
Exercia o seu múnus de sacerdote na Igreja de São Pedro de Alcântara, anexa ao Convento Franciscano no Cais do Pico.
Homem simples de convivência sã, o Padre Rodrigues tinha sempre uma p
alavra de estímulo para todos quantos dele se abeiravam.
As suas práticas na missa, baseadas no conhecimento da vida do dia das pessoas, eram relacionadas com exemplo de vida dos santos, que prendiam a atenção de todos quantos assistiam aos actos de culto.
O Padre Rodrigues foi um grande dinamizador para a juventude do Cais do Pico, onde congregou um numeroso grupo de jovens que aproveitavam os tempos de lazer num movimento de Acção Católica
que funcionava na Casa dos Terceiros, anexa à igreja.
É destes jovens com quem contacto ainda hoje, a ele se referem e o recordam como um homem bom que os ajudou de alguma forma, e deixou um marco nas suas vivências sociais que os tem acompanhado pela vida fora.
Natural do lugar do Cascalho, da freguesia dos Cedros, Ilha do Faial, onde nasceu em 29 de Julho de 1909, era o mais velho de oito irmãos, filhos de Francisco Rodrigues e de Maria de São José Rodrigues. Frequentou a Escola Primária dos Cedros, tendo como professores, Manuel Dionísio, que foi diretor do Museu da Horta e Constantino Magno do Amaral que foi diretor da escola e dos Correio da Horta. Ingressou no Seminário de Angra com a idade de 18 anos e foi ordenado Presbít
ero a 20 de Junho de 1937. Um dos motivos que o levou ao seminário, deve-se ao fato da mãe ter falecido jovem, com 37 anos. Desde cedo ele, como irmão nais velho, tinha de cuidar dos irmãos. Cuidava da casa e aprendeu a fazer pão de milho no forno, tarefa que fazia, como um dos melhores padeiros. Na ilha Terceira foi Pároco na Vila Nova e trabalhou em Santa Barbara e no Pico foi Vigário Cooperador na Madalena, e no Faial, na freguesia da Feteira.
Por razões que desconhecemos, o Padre Rodrigues deixou a Diocese de Angra, embora no tempo se comentassem razões da sua saída do Pico.
Mais tarde soubemos ter emigrado para São Paulo no Brasil, tendo-se fixado na cidade de Piquerobi, Paróquia de São Miguel Arcanjo, criada no dia 8 do mês de Maio de 1945, data que marcou o término da II Guerra Mundial.
O Padre Rodrigues foi empossado por Dom José de Aquino, em 10 de Janeiro de 1965, como Vigário na Igreja Matriz da Paróquia de São Miguel Arcanjo e passou a residir na Casa Paroquial.
Ali continuou o seu múnus de Sacerdote tendo dado um grande impulso à comunidade, trabalhando especialmente com a juventude.
Tendo adoecido, foi internado na Santa Casa de São Paulo, onde veio a falecer em 5 de Maio de 1970. Foi sepultado em Piquerobi, por baixo da sacristia da Igreja Matriz da Paroquia de São Miguel Arcanjo .
Faltou um pouco de caridade a quem a praticou durante uma vida!?

Email do autor: Francisco Medeiros

Email do Leitor:
Esta grande rede da internet que nos liga todos!
Nasci nos Cedros Faial. Sou sobrinha do Padre Rodrigues e vivo na California.
Mais uma vez adoro as suas historias do seu blog. Obrigada por pôr os seus sentimentos em forma de todos partilharmos.
Noelia (Alvernaz Rodrigues)

Resposta do Autor:
É sempre bom saber que há alguém que nos lê !
Obrigado pela sua mensagem .
Não sei de onde é, mas julgo que conhece quem foi mestre Manuel Joaquim Neves, que fazia o favor de ser meu amigo, e com quem profissionalmente contactava com muita frequência, ali na Delegação marítima do Cais do Pico, onde eu trabalhava.
Um abraço
Francisco Medeiros



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