Crônicas, contos e narrativas do passado, de gente que vive na ilha do Pico, ou estão espalhadas pelo mundo e tem muitas estórias para contar. Mande seu conto.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

NATAL E SOLIDARIEDADE




Autor: Francisco Medeiros


O Natal do nosso tempo, do tempo em que éramos jovens, é sempre recordado com saudade e nostalgia, da forma como era festejado com os nossos familiares.
O Natal é sempre o mesmo, só difere na forma de o festejar. Vai mudando conforme a idade de cada um e evoluindo com as mudanças sociais, com o aparecimento de novas técnicas que a ciência vai descobrindo.
As prendas e presentes de Natal à disposição das pessoas, que vemos e ouvimos na televisão, são tão variados e sofisticados que, pelos seus custos, em tempos idos seriam impensável adquirir. Apesar da crise económica, de que se ouve falar todos os dias, as queixas dos estabelecimentos comerciais são mínimas!
Hoje é difícil imaginar o que será o Natal daqui a 50 anos, mas sabemos como era o Natal da nossa juventude, há mais de 50 anos atrás. Embora com muitas carências de todo o tipo, era festejado com muito mais alegria e muito amor familiar.
Desde o principio dos meus verdes anos tenho festejado o Natal, conforme as circunstâncias familiares o permitem, mas tenho sempre presente os ensinamentos de que o Natal é a festa comemorativa do Nascimento de Jesus.
Há muita gente que não sabe porque é que esta quadra se chama Natal. Muitos dizem que é a festa da família, que se comemora o nascimento de Jesus. Outros, que é o dia da consoada, o dia das prendas e ofertas. Até é possível que na nossa terra, haja gente que pode não saber porque que é que esta quadra se chama a quadra de Natal.
Embora a história não explique tudo, duma coisa temos a certeza: Há mais de dois mil anos um casal cuja Senhora estava para dar à luz uma Criança não teve lugar nas hospedarias, porque na cidade havia um recenseamento da população e as hospedarias estavam cheias. José, o marido, procurou uma casa mais recatada, uma casa como as nossas muito antigas, talvez com vacas por baixo! Foi ai que nasceu Jesus.

E se o Jesus Cristo nascesse hoje?
Será que havia lugar para ele ? Se não há lugar no hotel haverá numa residencial ou numa casa particular que aluga quartos? Talvez numa atafona?
Não, talvez não houvesse nada disso!
Porque a mensagem que ele trouxe, é uma mensagem que ensina a amar, a dar a mão, a ajudar, a cooperação, a repartir os bens deste mundo. Uma mensagem incómoda que contraria aos interesses de uma classe, que se instalou e teima em viver à custa do seu semelhante.
Neste mundo há milhões de seres humanos que nesta quadra de Natal, não sabem o que vão comer, se é que vão comer alguma coisa. Há milhares de refugiados por esse mundo fora escorraçados da sua própria terra, seres humanos, homens, mulheres e crianças, à espera da morte, não vivem, vão passando o tempo até que a morte os liberte. O único crime que cometeram foi terem nascido!
Há ainda muitos outros, possivelmente muito próximos de nós, cujo sofrimento merece a nossa atenção.
Sejamos solidários com eles, porque se o Menino Jesus não tem lugar neste Mundo, de certeza que terá lugar no coração de cada um de nós.
A todos os leitores, e aos que dão vida a este jornal, de semana a semana para que veja a luz do dia, vão os meus votos de muita saúde e um Santo Natal com muita alegria.
Natal de 2009

xatinha@sapo.pt


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