Crônicas, contos e narrativas do passado, de gente que vive na ilha do Pico, ou estão espalhadas pelo mundo e tem muitas estórias para contar. Mande seu conto.

domingo, 18 de abril de 2010

O “PAPA DAS LAJES”

                                                              Artigo de 2003. Autor: Francisco Medeiros
O Padre Nunes da Rosa, teve a sua primeira paróquia na freguesia do Mosteiro na Ilha das Flores de onde veio transferido para a freguesia de seus pais, a freguesia das Bandeiras na Ilha do Pico onde foi pároco e ouvidor eclesiástico da Madalena.
Naquela freguesia fundou com tipografia própria, o jornal “SINOS D’ALDEIA”, no qual tinha uma coluna “Cartas dum Aldeão”, assinadas com o pseudónimo “João Lavrador”.
Numa dessas cartas dizia ele que nos finais do século XIX, vivia no lugar do Morros da freguesia das Lajes das Flores, um octogenário conhecido pelo “Papa das Lajes”, que alcançou nomeada na Ilha tanto pela sua vida mística, como e principalmente pelas suas profecias.
O velho vaticinava: quedas de ministérios, mudanças de governos, catástrofes, tempestades e outras, que assombravam pela sua realização.
Deram-lhe grande fama as profecias anunciadas em 1896, com a morte do Rei D. Carlos, o curto reinado de D. Manuel e a mudança de regimen em Portugal com a saída do país da Rainha D. Amélia acompanhada do seu filho D. Manuel II, que se refugiaram no Iate D. Amélia para o porto de Gibraltar e dali para Inglaterra. Anunciou ainda uma “Grande Guerra na Europa. A primeira grande guerra.
Todos estes vatícinios foram realizados.
Na sua carta o Padre Nunes da Rosa, dizia que nas Flores muitas pessoas conheciam estas profecias do “Papa das Lajes”.
Mas o que o velhote vaticinava era que a “América viria a acabar com a guerra, mas as nações iriam depois guerrear com a América aniquilando o seu poderio”. Terminava a carta dizendo: “Vejamos se se cumpre esta profecia do “Papa das Lajes”, que já há muito dorme o sono eterno”.
Pelo que se está a passar no mundo, onde o direito Internacional, e a justiça passou a ser dominada pelo mais forte, a fome e a miséria serem o sustento de escandalosas ostentações e manifestações de riqueza, vamos lentamente caminhando para a concretização dos vatícinios do “Papa das Lajes”.
Não tenhamos ilusões pois os primeiros passos foram dados, basta aguardar para ver-mos o que vai acontecer.
Muito irão sofrer as jovens gerações durante um período que se aproxima a passos largos, até que a ordem deixe de ser palavra vã e o homem deixe de ser lobo do próprio homem.
Email do autor: Francisco Medeiros
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